Biologia em pauta

Descuido é apontado como principal causa do avanço da malária no Brasil

10 de maio de 2018 - Depois de sucessivas quedas, registros de casos de malária no País estão em crescimento. Em 2017 o Brasil contabilizou aproximadamente 194 mil casos dessa doença. O mês de fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado, mostra o incremento de 48% do número de casos. E, embora as principais ocorrências se concentrem nos estados das regiões Norte e Nordeste, a continuidade dos registros da malária nas regiões Sul e Sudeste, principalmente nas áreas da Mata Atlântica, sugerem a existência de riscos permanentes da disseminação do problema também nessas regiões.


Segundo o Biólogo Horácio Teles, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS), o negligenciamento com o programa de controle dessa endemia é uma das prováveis razões para o aumento do número de casos. “Ao longo desses anos, a responsabilidade das ações de controle e vigilância passou para os municípios, sem que os mesmos tivessem recursos suficientes e adequados para a execução das atividades programáticas como, por exemplo, o diagnóstico de casos e das espécies do Plasmodium, fundamental para o tratamento dos portadores do parasita”, diz o Biólogo.


A malária é uma doença provocada pela aquisição do Plasmodium falciparum, P. vivax e P. malariae. Os casos mais graves da doença decorrem de infecções por protozoários pertencentes à primeira espécie. Os vetores da malária são mosquitos do gênero Anopheles, dentre os quais o Anopheles darlingi consiste a espécie mais frequentemente envolvida na transmissão desse grave problema de saúde pública. “Essas espécies dos mosquitos habitam as matas, florestas e os entornos desses ambientes. A transmissão dos parasitas acontece através de picadas das fêmeas dos mosquitos”, explica Teles.


De acordo com o Biólogo, o desenvolvimento do parasita acontece em um ciclo que inclui mosquitos e seres humanos. Dessa maneira, dada a impossibilidade de combate aos vetores nos ambientes silvestres, o controle eficiente da doença depende quase exclusivamente do diagnóstico e tratamento dos casos humanos, completa o membro do CRBio-01. Ele ainda destaca que os principais sintomas da doença são febre, calafrios, tremores e suores que surgem geralmente após uma semana da infecção, e que o tratamento exige medicamentos específicos disponíveis nas unidades de saúde.


“No mais, a prevenção demanda o uso de mosquiteiros e telas nas janelas e, nas circunstâncias de transmissão ativa, a aplicação de inseticidas de ação residual nas residências. Sobretudo de áreas rurais ou dos limites das cidades com as matas e florestas”, conclui o membro do CRBio-01.



Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada, Assessoria de Imprensa do CRBio-01

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